segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Analisando os pilotos: “Gossip Girl”

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O atraso com que escrevo essa análise do piloto de Gossip Girl serve ao menos para informar que a série, da CW, um canal pequeno e carente de séries que tenham ao menos potencial de hit, já garantiu a primeira temporada completa. Ou seja, gostando ou não, vendo ou não, a série vai continuar no ar por algum tempo.

Do mesmo criador de The OC (mas baseada em livro homônimo), a série pode virar hit porque é como OC, tem o mesmo espírito jovem, fala para seu público abertamente, toca as músicas que seus telespectadores têm em seus iPods e é ainda um pouco mais ousada (resultado da narração atrevida de Kristen Bell) que o povo de Orange County era.

Há um blog de fofocas que conduz a trama toda, e é assinado por uma misteriosa “Gossip Girl” (para esclarecer: descobrir quem é ela não é mistério da série). Tudo o que acontece, ou quase tudo, tem a narração desta blogueira, com o tom de atrevimento acertado que eu citei no parágrafo acima. Ou seja, ao mesmo tempo em que vê a ação, o espectador escuta aquilo que seu subconsciente mais safado pensa. Há algo de delicioso nisso.

A trama ainda não é ótima, ou não tão boa para dar suporte à narração, mas há potencial. É tudo passado numa Sociedade que vive na high school, mas seus personagens não são alunos, mas figuras cuja idade os coloca ali. O piloto não mostrou nada dentro de sala de aula, mas em festas, hotéis e apartamentos – o mais próximo da escola de seus personagens foi a escada.

Serena é a protagonista, uma garota que há um ano sumiu da cidade (Nova York) sem dar explicações, e volta deixando sua melhor amiga (Blair) sem reação, porque foi largada sem saber o porquê. Ficamos sabendo que Serena, dias antes de ir embora, teve uma relação com o namorado da amiga, e cada vez que ela e esse namorado de Blair encontram-se em cena, a cara dos atores fica murcha. Você sabe o que vem a seguir – Serena conhece um rapaz pouco popular da escola (oposto do que ela era antes do sumiço), Blair se irrita com quase tudo, há um bad boy na trama (sempre há), etc.

Também há a trama paralela envolvendo os pais dos jovens, e é essa parte que me aborrece – eles são insossos à primeira vista, e ali eu vejo potencial para estragar coisas melhores da série.

Nenhum personagem apresentado pelo piloto tem múltiplas facetas, mas a maioria funciona para servir à trama. O elenco também não é lindo (talvez devesse ser, mas…), nem tem uma grande estrela teen, só que as duas principais atrizes são boas – Leighton Meester e Blake Lively, Blair e Serena respectivamente.

Gossip Girl eu vejo como uma versão melhor de Hidden Palms, ao menos pelo piloto. Claro, eu poderia citar Beautiful People, mas essa não tem o senso de atualidade de Hidden (que só tem isso, a atualidade). Mais que isso, eu vejo na série a possibilidade ser surpreendente justamente por ser mais que o comum. Que ao fim da temporada a série realmente seja isso.

Esta é a nova série da temporada que mais parece conhecer seu público.

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